quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia 21 de Março - Dia da Poesia



 Canção ao Mar - Mar Eterno 
Oh mar eterno sem fundo sem fim
Oh mar das túrbidas vagas oh! Mar
De ti e das bocas do mundo a mim
Só me vem dores e pragas, oh mar
Que mal te fiz oh mar, oh mar 
Que ao ver-me pões-te a arfar, a arfar 
Quebrando as ondas tuas 
De encontro às rochas nuas
Suspende a zanga um momento e escuta 
A voz do meu sofrimento na luta 
Que o amor ascende em meu peito desfeito 
De tanto amar e penar, oh mar
Que até parece oh mar, oh mar 
Um coração a arfar, a arfar 
Em ondas pelas fráguas 
Quebrando as suas mágoas
Dá-me notícias do meu amor 
Que um dia os ventos do céu, oh dor 
Os seus abraços furiosos, levaram 
Os seus sorrisos invejosos roubaram
Não mais voltou ao lar, ao lar 
Não mais o vi, oh mar 
Mar fria sepultura 
Desta minha alma escura
Roubaste-me a luz querida do amor 
E me deixaste sem vida no horror 
Oh alma da tempestade amansa Não me leves a saudade e a esperança
Que esta saudade é quem, é quem
Me ampara tão fiel, fiel 
É como a doce mãe 
Suavíssima e cruel 
Nas mágoas desta aflição que agita 
Meu infeliz coração, bendita! 
Bendita seja a esperança que ainda 
Lá me promete a bonança tão linda

Eugénio Tavares

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