quinta-feira, 29 de março de 2012

São Vicente


terça-feira, 27 de março de 2012

Dia da Mulher Cabo-verdiana - 27 de Março

Autoria da pintura: Maria Alice Fernandes

CABO VERDE FEMININO 
Se pudesse escrever 
Um poema de amor 
E no poema de amor 
Cantar o meu amor por ti…. 
Mulher de Cabo Verde 
Ida que com dor 
Ou com tristeza 
Ou simplesmente sem alegria 
Cantaria o meu amor por ti, 
Mulher de Cabo Verde 
Se pudesse escrever 
Com alegria e moraza 
Com morna e coladeira 
Com batuque e funana 
Cantaria o meu amor por ti 
Com cola e contra-dança 
Tu mulher de cabo verde 
Com tabanca e festivais 
Escreveria o meu poema por ti 
E no meu poema, 
No meu poema, no poema 
Que não sei escrever, 
Que nunca poderei escrever…. 
Se pudesse cantar, cantar a tua beleza 
Tu mulher crioula, tu mulher Cabo Verdeana 
Ai se eu fosse poeta….  
Tu mulher de Santo Antão* 
Tu crioula bonita e exótica 
Tu mulher de montes e vales 
Te cantaria no meu poema 
Se soubese escrever 
Ai se eu fosse poeta… 
Escreveria o meu poema por ti!  
Se eu fosse poeta 
E escrever soubesse e pudesse 
Te cantava e escrevia… 
Escrevia um poema onde 
Tu mulher citadina 
Tu mulher que passas as noites 
As belas noites de luar 
Ou as belas noites de luzes eléctricas acesas 
A volta da praça, num vira e vira 
Pondo conversas em dia e matando saudades 
Saudades das cumadres que não vês 
Desde ontem a noite 
Falando conversas sem sentido 
Ou falando dos males ditos e ouvidos 
Conversas sobre namorados e namoros 
Namoros tradicionais ou modernos 
Conversas que encantam e destraiem 
Tu mulher de Mindelo 
Tu São-Vicentina cosmopolita 
Tu mulher da cidade de Mindelo 
Como te cantaria, se soubesse ser poeta!  
Se eu pudesse escrever 
E fazer um poema 
Te escrevia no meu poema 
Tu mulher de Boavista 
Tu que entre dunas e areias 
Imaginas e sonhas o amor 
Do marinheiro encalhado 
Que jamais voltou 
Tu bela e mui desejada crioula!  
E tu Mulher do aeroporto 
Salgada morena crioula 
Doce contraste do sabor 
Ai se eu fosse poeta 
Te veria antes que quaisquer turistas 
E te pintava na minha tela 
Em palavras que não sei escrever 
Tu do Sal a minha crioula 
Ai se eu fosse poeta... 
Crioula e morena 
Filhas do grande Chiquinho, 
Poeta de nome e fama 
Como dizer porque não vos escrevo 
No poema que não faço 
Se vos mui vezes fostes 
Sem duvidas inspiração 
Nas noites e nos dias inspiradores 
Dos muitos poetas que a ilha já teve 
Tu mulher de São Nicolau 
Como não cantaria o teu amor 
Se eu fosse poeta? 
Ai se eu fosse poeta e soubesse escrever… 
Se soubesse escrever, 
Ai se soubesse escrever 
Maio, minha querida ilha esquecida 
Tua mulher cantava sem duvidas 
E fazia dela o meu amor 
Morabeza e formosura 
Pequena ilha, mulheres bonitas 
Ai se eu fosse poeta… 
Tu Santiago, tua mulher Badia 
Formosa esquia e trabalhadora 
Batucadeira e mãe, lavadeira 
E peixeira, mulher de vida dura 
No campo a enchada 
Na Praia o balaio e a rabidança 
Se pudesse cantar e escrever 
Um hino te faria 
Tu Badia do meu coração 
Tu meu amor de sempre, 
Tu minha mulher badia querida 
Como te cantaria se eu fosse poeta 
Ai se eu fosse poeta... 
E tu mulher de Fogo 
E tu mulher de Brava 
Escaldantes mulheres bonitas 
Dum lado o Vulcão e do outro o Cismo 
Loucuras não vos faltam 
Mulheres crioulas e doces e quentes 
Mas como escrever 
Se não sei e nem sou poeta! 
Se eu fosse poeta 
Ai se eu fosse poeta… 
Escreveria, podes crer que escrevia 
Ai se eu fosse poeta… 
Tu mulher que não existes 
Que nunca exististe 
Tu mulher de Santa Luzia 
Tu que és a minha imaginação 
Formosa negra e morena 
Sereia dos cantos e das lendas 
Nas noites de luar 
Coroada em ouro 
E banhada no azul celeste 
Tu mulher que não existe 
Tu mulher da ilha despovoada 
Santa Luzia, mulher da minha imaginação 
Ai se eu fosse poeta, te escreveria e cantaria 
Tu da desértica ilha despovoada! 
Ai se eu fosse poeta…

quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia 21 de Março - Dia da Poesia



 Canção ao Mar - Mar Eterno 
Oh mar eterno sem fundo sem fim
Oh mar das túrbidas vagas oh! Mar
De ti e das bocas do mundo a mim
Só me vem dores e pragas, oh mar
Que mal te fiz oh mar, oh mar 
Que ao ver-me pões-te a arfar, a arfar 
Quebrando as ondas tuas 
De encontro às rochas nuas
Suspende a zanga um momento e escuta 
A voz do meu sofrimento na luta 
Que o amor ascende em meu peito desfeito 
De tanto amar e penar, oh mar
Que até parece oh mar, oh mar 
Um coração a arfar, a arfar 
Em ondas pelas fráguas 
Quebrando as suas mágoas
Dá-me notícias do meu amor 
Que um dia os ventos do céu, oh dor 
Os seus abraços furiosos, levaram 
Os seus sorrisos invejosos roubaram
Não mais voltou ao lar, ao lar 
Não mais o vi, oh mar 
Mar fria sepultura 
Desta minha alma escura
Roubaste-me a luz querida do amor 
E me deixaste sem vida no horror 
Oh alma da tempestade amansa Não me leves a saudade e a esperança
Que esta saudade é quem, é quem
Me ampara tão fiel, fiel 
É como a doce mãe 
Suavíssima e cruel 
Nas mágoas desta aflição que agita 
Meu infeliz coração, bendita! 
Bendita seja a esperança que ainda 
Lá me promete a bonança tão linda

Eugénio Tavares

terça-feira, 20 de março de 2012

MONSTRA - “VIAGEM A CABO VERDE” [21 E 22 Março]


O filme de José Miguel Ribeiro "Viagem a Cabo Verde", narra uma história de uma viagem de 60 dias a andar em Cabo Verde, de mochila às costas, sem telemóvel, nem relógio, nem sequer programação para a viagem.

O viajante descobre as montanhas, tartaruga, povoações, mar, música, a bruma seca, as cabras, os cabo-verdianos e essencialmente a si mesmo.

O filme terá duas exibições, uma no dia 21 de Março, Quarta-feira, no Cinema City Alvalade pelas 19:15 na sala 3, e a outra exibição será no dia seguinte 22 de Março, Quinta-feira, pelas 22h no Cinema de São Jorge ambos em Lisboa.

Entrada 3.5 a 4€ para uma sessão com 10 filmes totalizando 92min.


Mais info.

Texto adaptado por Ivanethe Almeida dos Reis.

Guerra colonial - Tarrafal 50 anos depois


A Sociedade Portuguesa de Autores apresenta a Exposição "Guerra Colonial - Tarrafal 50 anos depois" que recorda dos anos da guerra colonial, tendo sido inaugurada a 8 de Março ficará até finais de Abril na Sala-Galeria Carlos Paredes, no seu Edifício 2.

Mais em SPA.

Pré-inscrições Abertas - Miss CPLP


Já se encontram abertas as Pré-Inscrições para Miss CPLP 2012.

Para as candidatas oriundas dos diversos países da CPLP maiores de idade e residentes em Portugal é só pré-inscreverem-se no site.

Boa sorte...

Texto de Ivanethe Almeida dos Reis

domingo, 4 de março de 2012

Roberto Duarte Silva - químico natural de Santo Antão

Selo Postal no valor de 12$50 com imagem de Roberto D.Silva


Roberto Duarte Silva, químico cabo-verdiano, nascido há 175 anos, a 25 de Fevereiro de 1837 na Povoação da Ribeira GrandeIlha de Santo AntãoCabo Verde e faleceu a 9 de Fevereiro de 1889, em Paris, França,  é a figura cabo-verdiana mais célebre no mundo científico, que se destacou, sobretudo, no ramo da Química Orgânica, 

Nota de 500$ com imagem de Roberto D.S.
Aos 14 anos, após a morte de seu pai, foi admitido como aprendiz no estabelecimento de um velho boticário, posteriormente parte para Lisboa, Portugal, a fim de completar a sua aprendizagem na conhecida  Farmácia Azevedo. Ao mesmo tempo, estudou e formou-se na Escola de Farmácia de Lisboa. 
Ao completar os 20 anos parte para Macau a fim de montar a sua Farmácia, após dois anos migra para Hong Kong acompanhando o êxodo da época devido as condições econômicas de Macau.

Em 1862 decide ir viver em Paris, onde frequentou os cursos de química de Adolphe Wurtz, Henri Sainte-Claire Deville, Marcelin Berthelot e de Jerôme Balard. Depois de se licenciar em física, torna-se discípulo de Wurtz, em 1863, publicando o seu primeiro artigo científico, em 1867.

Entre 1871 e 1873 começa a trabalhar no laboratório de Friedel, na Ecole des Mines, sendo mais tarde nomeado chef de travaux de chimie analytique na Ecole Centrale des Arts et Manufactures. Em 1882, é nomeado professor de química analítica na recém criada escola superior de engenharia industrial, a Ecole Municipale de Chime et Physique Industrielles de la Ville Paris. 

Foi eleito vice-presidente da Société Chimique, em 1885, e, dois anos depois, presidente; foi membro da Association Française pour l'Avancement des Sciences, criada em 1872, no rescaldo da Guerra Franco-Prussiana, sendo eleito secretário da mesma, entre 1875 e1877, e presidente da secção de Química, em 1886. Em 1876, foi eleito correspondente da Real Academia das Sciencias de Lisboa, e membro honorário da Sociedade Pharmaceutica Luzitana.

Imagem de Roberto D.S.
Entre os vários prémios foi-lhe atribuído o Jecker Prize da Académie de Sciences de Paris, em 1885, pelas suas investigações em química orgânica. Ele e Crafts foram os únicos estrangeiros galardoados com este prémio, entre 1859 e 1885.

Silva faleceu a 8 de Fevereiro de 1889, sendo sepultado no cemitério de Montparnasse, em Paris. 



Fontes:




Texto (resumo) de Ivanethe Almeida dos Reis

sábado, 3 de março de 2012

Cabo-verdiana eleita Dama de Madrid

Zuleica Eliana Veríssimo

Zuleica Eliana Veríssimo foi eleita Dama de Madrid,capital espanhola, o equivalente ao título de Miss dessa cidade. 
Coroada no dia 1 de Março. A cabo-verdiana venceu assim uma das etapas do concurso que elege entre as candidatas de todas provínciais espanholas a mais bela do país.


Imagens do concurso.

A modelo cabo-verdiana Zuleica Eliana Veríssimo, trabalha como modelo na Agência Delphoss e completou  20 aninhos, ontem no dia 2 de Março, venceu a faixa de Dama de Madrid 2012, bem como Dama Popular de Madrid 2012, ou seja foi igualmente a candidata mais votada pelo público via Internet. 
Natural de Santo Antão, muito orgulhosa do resultado, agradeceu na sua página da rede social Facebook os votos do público e dedicando a vitória a Cabo Verde.


“Muito obrigada por tudo. Fui eleita Dama Popular de Madrid e Dama de Madrid, ou seja, Miss Madrid. Trouxe as duas faixas para casa. Estou muito feliz e é a melhor prenda que podia receber, pois, hoje é também dia do meu aniversário. Obrigado a todos que votaram em mim. Dediquei a distinção a Cabo Verde e estou muito orgulhosa. Agora é esperar o grande dia do concurso Dama Espanhola,” escreve a modelo

A Made in Cabo Verde deixa os votos de Parabéns pelo resultado do concurso, bem como pelo aniversário.


Fonte Sapo Mulher.

Texto de Ivanethe Almeida dos Reis



quinta-feira, 1 de março de 2012

Cana-de-açúcar

cana-de-açúcar
  A Cana-de-Açúcar ou Cana Sacarina como também é conhecida em Cabo Verde, é uma matéria prima muito importante na nossa cultura, bem como economia, servindo de base para inúmeros produtos que ocupam a nossa mesa, a nossa cultura e gera divisas e empregos.

Na Wikipédia ela é descrita da seguinte forma:

cana-de-açúcar é uma planta que pertence ao gênero Saccharum L.. Há pelo menos seis espécies do gênero, sendo a cana-de-açúcar cultivada um híbrido multiespecífico, recebendo a designação Saccharum spp. As espécies de cana-de-açúcar são provenientes do Sudeste Asiático. A planta é a principal matéria-prima para a fabricação do açúcar e álcool (etanol).  by wikipedia.
Plantação de Cana-de-açúcar
 Aprenda mais acerca da magnifica História da Cana-de-Açucar. Mas em Cabo Verde a Cana-de-açúcar é usado desde as suas folhas secas ao suco.
  1. As folhas secas são tiradas e colocadas no solo, para proteger os pequenos rebentos, que crescem para o ano seguinte.
  2. Depois as folhas verdes são tiradas -são usadas como comida para animais. 
  3. A cana não refinada é usada:
    • Produção de grogue/aguardente
    • Produção de açúcar amarelo
    • Produção de mel/melaço de cana
    • Sumo de cana
    • E ainda na alimentação
 Grogue/ Aguardente
Trapiche 
Para saber mais acerca do processo consulte o nosso artigo Processo de produção do grogue (aguardente).
Grogue/aguardente
Açúcar Amarelo 

É o açúcar granulado de coloração amarela, resultante da purgação do açúcar mascavo, e com teor de melaço em sua composição. 


Possui o mesmo poder que o açúcar cristal, mas com valor nutricional muito semelhante ao açúcar mascavo e sem os aditivos do açúcar branco.


Açúcar Amarelo    


 Mel de Cana


Mel de Cana
melaço é resultante da etapa de centrifugação ou de decantação, no processo de fabricação de açúcar. Contém açúcares redutores e parte de sacaros e não cristalizada. É utilizado na fermentação para produção de álcool, em especial o etanol, como matéria-prima para fabricar o grogue/aguardente.


Mel de Cana - produto nacional comercializado
O mel é usado em bolos, bolinhos, acompanhar o cuzcuz, na produção do pontche de mel e muito mais.
Pontche de mel
Bolo de mel






Bolinhos de mel
Cuzcuz 

Sumo de Cana

Sumo extraído da cana, poderá acompanhar o processo aqui.


Sumo de Cana-de-Açúcar
Processo de extração do sumo da cana
Na Alimentação

A cana-de-açúcar é geralmente comida crua, descascando-se e mastigando-se até perder sabor, deitando-se os restos fora, possui um sabor doce suave, e é bastante saudável, para além de fomentar o exercício do maxilar.


Cana-de-Açúcar com casca e sem casca 
Cana pronta a ser comida.

Aprecie a Cana-de-Açúcar ao natural e ainda nos diversos estados de transformação, irá deliciar-se e apreciar.


Texto de Ivanethe Almeida dos Reis



Aprenda mais acerca da Cana-de-Açucar:

     

Mindelo: Programação do Centro Cultural - Mês de Março

Foto do Blog Ratrote