segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

2013 TUBARÕES AZUIS no CAN

Imagem © Made in Cabo Verde 

Em Outubro a selecção cabo-verdiana apurou-se para o CAN. 
Os Tubarões Azuis irão representar as nossas ilhas Macaronésias no Campeonato das Nações Africanas e exibir nossas cores.
Os tubarões convocados para o grande evento em Janeiro de 2013:
Guarda-redes: Vozinha, Rilly e Fock
Defesas: Pecks, Gegé, Carlitos, Nando, Varela, Josimar, Guy Ramos, Nivaldo,
Médios: Babanco, Marco Soares, Sténio, Ronny, Odair Fortes, Toni Varela, David Silva,
Avançados: Djaniny, Ryan Mendes, Ze Luis, Heldon "Nhuk" e Júlio Tavares

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Panquecas Americanas com Mel de Cana de Cabo Verde...

Panquecas Americanas, foto de Cultesign.
Um pouco de mistura de culturas e sabores. As famosas panquecas Americanas acompanhadas com mel de cana de Cabo Verde.
Uma boa opção para um pequeno almoço diferente e delicioso.
Panqueca com mel de cana acompanhada com galão, foto de Cultesign.
A receita de panquecas Americanas.

Ingredientes
1 e ¼ xícara (chá) de farinha de trigo
1 colher (sopa) de açúcar
3 colheres (chá) de fermento em pó
2 ovos levemente batidos
1 xícara (chá) de leite
2 colheres (sopa) de manteiga derretida
pitada de sal
óleo para untar a frigideira

Modo de preparo

Misture em um recipiente a farinha, açúcar, fermento e pitada de sal. Em outro recipiente misture o leite, os ovos e a manteiga. 
Acrescente os líquidos aos secos, sem misturar em excesso. O ponto da massa não deve ser muito liquido, ela deve escorrer lentamente.
Aqueça e unte uma chapa ou frigideira antiaderente com um pouco de óleo e coloque a massa no centro, cerca de ¼ de xícara por panqueca, a massa deve se espalhar na frigideira, doure de um lado, vire e doure do outro lado.
Mel de cana de Cabo Verde.
Sirva com mel de cana de Cabo Verde, saiba mais sobre o mel de cana aqui..
Obs: A hora de virar, é quando estiver dourado em baixo e com bolinhas sobre a massa.


Ivanethe Almeida dos Reis

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Parabéns Cabo Verde, pelo 37º aniversário

Bandeira de Cabo Verde

Deixamos aqui os nossos parabéns a Cabo Verde pelo aniversário de independência, pelos seus 37 anos como um país, uma república.

Parabéns a todos os cabo-verdianos e nossos agradecimentos a todos que contribuíram pela constituição do país e pela nossa liberdade.

BOLO A BANDEIRA DE CABO VERDE\IGREJA DOS MILAGRES

Bolo bandeira de Cabo Verde - Igreja dos Milagres

Deixamos aqui um vídeo histórico do dia da independência, 5 de Julho de 1975.



Texto de Ivanethe Almeida dos Reis

domingo, 6 de maio de 2012

Dia da Mãe


Mãe Negra

A mãe negra embala o filho.
Canta a remota canção
Que seus avós já cantavam
Em noites sem madrugada.
Canta, canta para o céu
Tão estrelado e festivo.
É para o céu que ela canta,
Que o céu
Às vezes também é negro.
No céu
Tão estrelado e festivo
Não há branco, não há preto,
Não há vermelho e amarelo.
—Todos são anjos e santos
Guardados por mãos divinas.
A mãe negra não tem casa
Nem carinhos de ninguém...
A mãe negra é triste, triste,
E tem um filho nos braços...
Mas olha o céu estrelado
E de repente sorri.
Parece-lhe que cada estrela
É uma mão acenando
Com simpatia e saudade...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Baltasar Lopes

Selo Postal no valor 60$00 com a imagem de Baltasar Lopes

" (...) linguista, filólogo, romancista, ensaísta e poeta (...) um dos maiores vultos intelectuais do espaço do Português (...) doutor Honoris Causa pela Faculdade de Letras de Lisboa (...)"
(in Entrevista de Fernando Assis Pacheco com adaptação de Liliane Reis)

Baltasar Lopes da Silva, nascido a 23 de Abril de 1907 na aldeia de Caleijão em São Nicolau e falecido a 28 de Maio de 1989 em Lisboa, foi e é uma das maiores figuras a nível da literatura cabo-verdiana e também referência de professor, pelo que o dia do seu nascimento foi dedicado ao professor, figura na qual Baltasar se caracterizava.

Desde sempre foi um excelente aluno, tendo feito inicialmente o seminário em São Nicolau e depois continuado os seus estudos secundários em São Vicente. Seguiu para Lisboa com o intuito de terminar o secundário e ingressar na formação superior, porém devido ao atraso da sua chegada só pôde inscrever-se em Letras, um caminho oposto o qual sentia vocação, que era medicina.  Ingressou no curso de direito, todavia não lhe agradava a política da época pois a justiça estava ao mercê do Ministério da Justiça e o Ministério do Ultramar, pelo que decidiu inscrever-se no curso de Filologia Românica, tendo ficado como aluno voluntário em direito e aluno ordinário nem letras e, terminado o curso de letras dois anos após término do curso de direito.

"Auscultei-me, auscultei-me, até que um dia cheguei à conclusão: eu gosto é de ensinar. Ser professor." (Baltasar Lopes in Entrevista de Fernando Assis Pacheco)

Imagem Baltasar Lopes

Após término dos seus estudos, Baltasar regressou a Cabo Verde, onde exerceu o cargo de professor no Liceu Gil Eanes em São Vicente, tendo sido nomeado uns anos mais tarde Reitor deste estabelecimento de ensino. Exerceu as profissões de professor e advogado, tendo defendido casos de heranças e entre outros que se destacavam na época do Capitão Ambrósio. Devido a problemas de saúde, doença cerebrovascular, este teve de viajar para Lisboa, tendo falecido em 1989.

Tenho um capital: os milhares de ex-alunos."
(Baltasar Lopes in Entrevista de Fernando Assis Pacheco)


Ainda em vida, em 1936 Baltasar Lopes juntamente com Manuel Lopes, Manuel Ferreira, António Aurélio Gonçalves, Francisco José Tenreiro, Jorge Barbosa e Daniel Filipe fundaram a Revista Claridade, um dos maiores movimentos da Literatura Cabo-verdiana. Claridade era uma revista de poemas, ensaios e contos que denunciavam os problemas que o país sofria na altura, sendo estas a seca, fome, emigração e entre outros. Esta atitude de revelar os problemas não se revelava somente nas revistas mas também em suas obras literárias, sendo de destaque o romance Chiquinho, seu primeiro livro e único romance publicado em 1947.

Como estudioso e linguista, Baltasar fez estudos do crioulo, o ensaio O dialecto crioulo de Cabo Verde(1957), organizou uma Antologia da ficção cabo-verdiana contemporânea (1961). Também escreveu textos polémicos, sendo este a critica à visão com que o sociólogo brasileiro Gilberto Freyre ficou do arquipélago, Cabo Verde visto por Gilberto Freyre (1956).

No que concerne à figura de contista e poeta, publicou os contos Os trabalhos e os dias (1987) e a colectânea de poemas Cântico da manhã futura (1986). Como poeta Baltasar vestia-se na pele de outra personagem, auto-denominava-se de Osvaldo Alcântara (pseudónimo).

Baltasar Lopes, símbolo de Cabo Verde, não só a nível da literatura, mas principalmente a nível do ser cabo-verdiano. Homem defensor da  cultura cabo-verdiana, um típico cabo-verdiano lutador, dinâmico e que procura melhorar as condições deste pequeno arquipélago no meio do atlântico.

"Pela simplicidade dele, testemunha a seguinte história contada em Santo antão" Baltazar Lopes casou com a teresinha de Ribeira das patas em Santo Antão, e trabalhou no Porto Novo,e certo dia ele vinha da Rª das Patas para o Porto Novo um homem com muitas cargas disse-lhe companheiro ajuda-me a levar esse feixe de palhas, e o Baltasar pegou do feixe e levou-o até a entrada do Porto Novo, e quando entregou o feixe ao homem este agradeceu-lhe e perguntou-lhe o nome, e o Baltasar respondeu-lhe Baltazar Lopes da Silva . E o homem disse meu Deus como é possível, pedi ajuda ao Sr juíz, mas que simplicidade! " (Conceição Reis)

Nota de 500 ECV com imagem de Baltasar Lopes (retirado de circulação)


Fontes:

Entrevista de Fernando Assis Pacheco a Baltasar Lopes


Texto de Liliane Reis

sábado, 21 de abril de 2012

Milho

Espigas de Milho

Já se falou da Cana-de-Açúcar em Cabo Verde, mas não podemos deixar de abordar o tema "Milho", milho verde, farinha de milho o que for, que se encontra na base da dieta/alimentação cabo-verdiana.

Plantação de Milho em João Teves - Santiago
O milho é produzido em Cabo Verde e utilizado tanto na nossa alimentação como também como ração para animais, sendo um alimento bastante nutritivo, uma grande fonte de energia, consumido tanto no estado original como transformado.

Brasão de Cabo Verde
A planta do milho pode atingir até 2.5m dependendo da variedade,em Cabo Verde normalmente o cultivo é em sequeiro, existindo algumas variedades de milho como por exemplo o milho branco.

Tendo, Cabo Verde, em 2010 produzido 7 000 toneladas de milho, como o principal produtor a ilha de Santiago, seguido da ilha do Fogo. Sendo de se referir que o cultivo do milho permitiu a fixação do Homem nas ilhas de Cabo Verde, tornando-se um simbolo do país, da nossa resistência e luta, pois muitos plantam o milho em locais íngremes ou com poucas possibilidades de exito, na esperança de ter exito, o que leva o milho a ter um lugar especial no brasão de armas de Cabo Verde.

Em Cabo Verde o milho é utilizado das seguintes formas:
  1. Cru - ração de animais, grãos para o cultivo
  2. Espiga de milho verde - fervido ou assado para comer
  3. Grãos verde- cachupinha, cozido, 
  4. Grãos secos  - cachupa
  5. Farelo - ração de animais
  6. Milho torrado - camoca e   "milho em grão"
  7. Farinha - papa, bolos, cuzcuz cabo-verdiano, pastel, filhós, pão, xerém, sopa de rolon, funginho de milho, gufongo, 
  8. Espiga - colchões, tipo rolha, "lenha", 
  9. Barba de milho - chá de barba de milho, enchimento de bonecas de trapo tradicionais

Milho cru

Milho
O milho no estado natural, cru, sem nenhuma transformação é utilizado como ração animal para galinhas, patos, etc. E parte, os indicados, para o cultivo do ano vindouro.

Espiga de milho

Espiga de milho assada
A espiga de milho verde, normalmente é utilizada na alimentação, assadas ou fervidas, comidos como vegetal.

Grãos de milho verde

cachupinha
Retira-se o milho verde da espiga, e este é utilizado para cozer e comer como vegetal, ou ainda em cachupinha, sendo ainda uma parte separada para secar.

Grãos de milho seco

Embalagem de Milho para Cachupa de Sabor di Terra.
Depois de seco o milho passa pelo pilão (almofariz de madeira), e retira-se o farelo,sendo os grãos usados na gastronomia, como a cachupa e torrado para "milho em grão" e camoca.

cachupa

Farelo de milho

farelo de milho
O farelo do milho, normalmente é utilizado como ração animal, como por exemplo para o porco. O farelo normalmente é retirado após o milho passar pelo pilão e peneirado.

Milho torrado

Camoca/Kamoka marca Fama

O milho em seco após retirar-se o farelo é torrado, passando para o estado de  "milho em grão", que de seguida é moído, transformando-se em camoca.

Mousse de camoca.

Farinha de milho

Pastel de Milho
A farinha de milho, é o resultado da moagem do milho, é utilizada na gastronomia, em bolos, cuzcuz cabo-verdiano, filhós, pastel de milho, pão de milho, xerem, sopa de rolon, papa de milho

Cuzcuz

Espiga de milho


Os restos, as espigas sem os grãos de milho, folhas e restos da planta, por vezes acabam por ser reciclados, dando origem a colchões tradicionais, ou ainda utilizados como rolhas em garrafões, como lenha ou acendalha.

Barba de milho

Embalagem de Barbas de Milho para chá
A barba de milho é usado para o chá de barba de milho, muito bom e benéfico para a saúde, é também utilizado como enchimento para bonecas de trapos tradicional.

Curiosidades acerca do milho


Existem inúmeras variedades de milho, desde o negro ao branco.

variedades de milho
Fontes:

* Cabo Verde: insularidade e literatura de Manuel Veiga
* Wikipedia
Texto de Ivanethe Almeida dos Reis 


segunda-feira, 16 de abril de 2012

A SERENATA


Vestida de gemidos de bordão,
lancinâncias de violino,
na noite parada
vem descendo a seresta.

Sumiu-se a cidade barulhenta
inimiga das crianças e dos poetas.

Uma voz canta sentimentalmente um samba.
                   Aquele aperto de mão
                   não foi adeus!
Os cavaquinhos desmaiam de puro sentimento,
a cidade morreu lá longe,
e a lua vem surgindo cor de prata.
                   Nessa história de amor todos são iguais,
                   até o rei volta sua palavra atrás...
O meio tom brasileiro deixa interrogativamente a sua nostalgia.
                   É hora que os poetas escolheram
                   para a procura dos seus mundos perdidos...
Amanhã a cidade virá novamente
inimiga dos poetas.
Mas agora ela dorme,
ela não sabe que os poetas falam com Nossenhor,
com a lua e as estrelas,
nesta hora tão lírica...
Menina romântica, irmã
das crianças e dos poetas...
A tua janela, florida de esperanças,
é um mistério que a cidade não entende.
Passa a serenata.
Mas no coração dos que temem a primeira luz do dia que vai chegar
ficam os gemidos do violão e do cavaquinho,
vozes crioulas neste noturno brasileiro
de Cabo Verde.

Osvaldo de Alcântara
(pseudónimo poético de Baltazar Lopes da Silva)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sexta Feira 13


Lua Sonâmbulo
Pistola assassina
Estrada que fala
Vitória sem glória

Lua vagabunda
Choro da noite
Terra consciente
Mar traiçoeiro

Casa habitada
Porta de vento
Telhado escuro

O subir para baixo
O andar para trás

O eco do nada

Um mudo
Um surdo
Um cego
Uma só fala.

Adaptação do poema "Sexta Feira 13" de Valdirdivad do livro " A insularidade"

sábado, 7 de abril de 2012

Nhô Ambrose - Mindelo


Foto Arquivo Histórico Nacional (AHN), Praia
Capitão Ambrósio

1                                                      2

Bandeira                                           Mãos erguidas
Negra bandeira                                  Em força, duras, erguidas
Bandeira negra da fome.                   Pés marcando a revolta
Em mãos famintas erguidas              O povo marcha na rua.
Guiando os passos guiando
Nos olhos livres voando                     Vai na frente o Ambrósio
Voando livre e luzindo                       Mulato Ambrósio guiando
Inquieta e livre luzindo                      Leva nas mãos a bandeira.
Luzindo a negra bandeira                  Pesada e fria é a noite
Clara bandeira da fome.                    Injusta e amarga é a fome
                                                          Mas vai na frente o Ambrósio
                                                            .....................................

3                                                      5

Foi um minuto.                                 .....................................
Veio o vento e passou.
Mulato ambrósio foi preso                  Capitão Ambrósio chegou!
Julgado e preso o Ambrósio               Chegou o Ambrósio chegou!
Preso para longe o Ambrósio
Mandado para longe o Ambrósio.
Longe do povo o Ambrósio.
Mas a banceira ficou.
Morreu e foi enterrado
Mas a bandeira ficou

"Capitão Ambrósio", in Ladeira Grande. Antologia Poética, 1993

Mais no Blog "A Esquina do Tempo".

Estreia do filme cabo-verdiano "Tu És Um Português"

Cartaz do filme " Tu És Um Português"

"Tu És Um Português" é uma Curta Metragem produzida e realizada por alunos do 4.º ano de Ciências da Comunicação, Vertente Audiovisual e Multimédia da Universidade Lusófona de Cabo Verde. Um drama que conta a história de um português que chega à cidade do Mindelo e apaixona-se por uma mulher. Um poema mindelense para um amor impossível. Baseado no conto, de mesmo nome, de Eileen Almeida Barbosa.

Género: Drama

Duração: 30 min
Clssificação: M/12
Ano de Produção: 2012

terça-feira, 3 de abril de 2012

Miss CPLP 2012


Uma oportunidade para as beldades da CPLP, para as mulheres provenientes dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, nomeadamente Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Angola, Brasil, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Se residem em Portugal inscrevam-se no concurso e tenham a oportunidade de vir a ser a miss CPLP, a musa de expressão portuguesa.

Mais informação no site oficial Miss CPLP 2012, e ainda o convite oficial para as beldades da CPLP.



"Mulher de atitude, bonita, Sabe o que quer, arrisca quando tem de arriscar, A mulher ANGOLANA, BRASILEIRA, CABO-VERDIANA, GUINENSE, MOÇAMBICANA, PORTUGUESA, SÃO-TOMENSE E TIMORENSE é mais do que apenas bela, a nossa MULHER precisa saber o quanto é o tamanho de seu ENCANTO. Para todas as MULHERES DE LÍNGUA PORTUGUESA partecipa do concurso MISS CPLP 2012 já começaram as pré-inscrições basta aceder ao site www.misscplp.com " (Miss CPLP 2012)

Texto de Ivanethe Almeida dos Reis



Pauta SODADE















[1]
Ken mostró-be ese kaminhu longe
Ken mostró-be ese kaminhu longe
Ese kaminhu pa San Tomé

[Refrão] 
Sodade, sodade
Sodade dese nha terra San Nikolau

[2] 
Si bu skrebê-me n'ta  skrebê-be
Si bu skesê-me n'ta skesê-be
Até dia ki bo volta

[Refrão]
Sodade, sodade
Sodade dese nha terra San Nikolau




Letra de acordo com ALUPEC

terça-feira, 27 de março de 2012

Dia da Mulher Cabo-verdiana - 27 de Março

Autoria da pintura: Maria Alice Fernandes

CABO VERDE FEMININO 
Se pudesse escrever 
Um poema de amor 
E no poema de amor 
Cantar o meu amor por ti…. 
Mulher de Cabo Verde 
Ida que com dor 
Ou com tristeza 
Ou simplesmente sem alegria 
Cantaria o meu amor por ti, 
Mulher de Cabo Verde 
Se pudesse escrever 
Com alegria e moraza 
Com morna e coladeira 
Com batuque e funana 
Cantaria o meu amor por ti 
Com cola e contra-dança 
Tu mulher de cabo verde 
Com tabanca e festivais 
Escreveria o meu poema por ti 
E no meu poema, 
No meu poema, no poema 
Que não sei escrever, 
Que nunca poderei escrever…. 
Se pudesse cantar, cantar a tua beleza 
Tu mulher crioula, tu mulher Cabo Verdeana 
Ai se eu fosse poeta….  
Tu mulher de Santo Antão* 
Tu crioula bonita e exótica 
Tu mulher de montes e vales 
Te cantaria no meu poema 
Se soubese escrever 
Ai se eu fosse poeta… 
Escreveria o meu poema por ti!  
Se eu fosse poeta 
E escrever soubesse e pudesse 
Te cantava e escrevia… 
Escrevia um poema onde 
Tu mulher citadina 
Tu mulher que passas as noites 
As belas noites de luar 
Ou as belas noites de luzes eléctricas acesas 
A volta da praça, num vira e vira 
Pondo conversas em dia e matando saudades 
Saudades das cumadres que não vês 
Desde ontem a noite 
Falando conversas sem sentido 
Ou falando dos males ditos e ouvidos 
Conversas sobre namorados e namoros 
Namoros tradicionais ou modernos 
Conversas que encantam e destraiem 
Tu mulher de Mindelo 
Tu São-Vicentina cosmopolita 
Tu mulher da cidade de Mindelo 
Como te cantaria, se soubesse ser poeta!  
Se eu pudesse escrever 
E fazer um poema 
Te escrevia no meu poema 
Tu mulher de Boavista 
Tu que entre dunas e areias 
Imaginas e sonhas o amor 
Do marinheiro encalhado 
Que jamais voltou 
Tu bela e mui desejada crioula!  
E tu Mulher do aeroporto 
Salgada morena crioula 
Doce contraste do sabor 
Ai se eu fosse poeta 
Te veria antes que quaisquer turistas 
E te pintava na minha tela 
Em palavras que não sei escrever 
Tu do Sal a minha crioula 
Ai se eu fosse poeta... 
Crioula e morena 
Filhas do grande Chiquinho, 
Poeta de nome e fama 
Como dizer porque não vos escrevo 
No poema que não faço 
Se vos mui vezes fostes 
Sem duvidas inspiração 
Nas noites e nos dias inspiradores 
Dos muitos poetas que a ilha já teve 
Tu mulher de São Nicolau 
Como não cantaria o teu amor 
Se eu fosse poeta? 
Ai se eu fosse poeta e soubesse escrever… 
Se soubesse escrever, 
Ai se soubesse escrever 
Maio, minha querida ilha esquecida 
Tua mulher cantava sem duvidas 
E fazia dela o meu amor 
Morabeza e formosura 
Pequena ilha, mulheres bonitas 
Ai se eu fosse poeta… 
Tu Santiago, tua mulher Badia 
Formosa esquia e trabalhadora 
Batucadeira e mãe, lavadeira 
E peixeira, mulher de vida dura 
No campo a enchada 
Na Praia o balaio e a rabidança 
Se pudesse cantar e escrever 
Um hino te faria 
Tu Badia do meu coração 
Tu meu amor de sempre, 
Tu minha mulher badia querida 
Como te cantaria se eu fosse poeta 
Ai se eu fosse poeta... 
E tu mulher de Fogo 
E tu mulher de Brava 
Escaldantes mulheres bonitas 
Dum lado o Vulcão e do outro o Cismo 
Loucuras não vos faltam 
Mulheres crioulas e doces e quentes 
Mas como escrever 
Se não sei e nem sou poeta! 
Se eu fosse poeta 
Ai se eu fosse poeta… 
Escreveria, podes crer que escrevia 
Ai se eu fosse poeta… 
Tu mulher que não existes 
Que nunca exististe 
Tu mulher de Santa Luzia 
Tu que és a minha imaginação 
Formosa negra e morena 
Sereia dos cantos e das lendas 
Nas noites de luar 
Coroada em ouro 
E banhada no azul celeste 
Tu mulher que não existe 
Tu mulher da ilha despovoada 
Santa Luzia, mulher da minha imaginação 
Ai se eu fosse poeta, te escreveria e cantaria 
Tu da desértica ilha despovoada! 
Ai se eu fosse poeta…